Brasília - Um verdadeiro "pacote de bondades" espera os prefeitos capixabas que se reúnem hoje e amanhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Uma das medidas anunciadas deve ser a ampliação do prazo para os prefeitos saldarem parte de suas dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social -INSS
O parcelamento dos débitos, que hoje é de 60 meses, poderá ser feito em até 20 anos. Mesmo quem já está dando calote na Previdência pode regularizar sua situação e, a partir daí, receber repasses de recursos federais e assinar convênios como os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Entre os prefeitos que já embarcaram para Brasília estão o de Vitória, João Coser (PT), o de Vila Velha, Neucimar Fraga (PR) e o de Cariacica, Hélder Salomão (PT). O prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), também segue para Brasília nesta noite.
O Planalto está recebendo os prefeitos pregando a “união” de esforços para enfrentar a crise financeira. Ontem, no programa de rádio Café com o Presidente, Lula propôs o engajamento dos prefeitos nos programas sociais da União e falou em fazer “parcerias” e “pactuar políticas entre os governos federal, estadual e municipal”.
Preparado para ser um grande palanque para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - candidata favorita de Lula à sucessão de 2010 -, o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas reunirá em Brasília cerca de 3,5 mil dos 5.563 administradores municipais.
Por causa da atenção que o governo está dando ao PAC e a Dilma, o pacote federal de benefícios para as prefeituras - que também inclui quase R$ 1 bilhão em linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - já está sendo chamado no Palácio do Planalto de “PAC dos municípios”.
“Não se trata de muita bondade ou muita maldade. O que o governo quer é ultrapassar 2009 sem turbulências e uma abertura para que o PAC possa chegar aos municípios”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, ao negar que tudo tenha sido preparado sob medida para inflar a candidatura de Dilma e pavimentar as alianças municipais para a disputa de 2010. “Essa agenda é social e econômica, e não política. O ano de 2010 está muito longe.”
Fonte: Folha Vitória