O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Carlos Gratz, se filiou, neste domingo (28), ao Partido Social Liberal (PSL), o mesmo que abriga o ex-prefeito de Vila Velha, Jorge Anders. Afiado como sempre, Gratz a partir desta segunda-feira (28) diz que começa a se articular para fazer uma série de denúncias e que vai se candidatar para disputar as eleições de 2010 ao governo estadual.
Durante seu discurso, o ex-presidente, acusado de comandar um esquema de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa, voltou a dizer que sofreu perseguição política e relatou o sofrimento que foi ficar preso durante a época em que foi descoberto o escândalo. “Até hoje não fui ouvido, mas confio na Justiça do meu Estado e do meu país”, disse.
Sobre as ações criminais que responde, Gratz criticou a imprensa capixaba. Sem citar quantos processos realmente recaem sobre ele, o ex-deputado disse apenas que não devem ser nem a metade do que são noticiados. No início da semana, o ex-presidente da Ales afirmou que vai começar a denunciar o que sabe dos seus adversários políticos. “Se eles dizem que eu tenho ficha suja, vou mostrar que muitos deles também tem”.
Mesmo respondendo a vários processos, Gratz afirmou que vai se preparar para o as próximas eleições. A escolha pelo PSL, segundo ele, foi feita porque foi o único partido que sempre lhe deixou as portas abertas. Gratz disse que as grandes siglas não quiseram aceitar sua filiação.
Já o presidente do PSL, Coronel Figueiredo, acredita que o partido vai ter uma grande projeção com a entrada de Gratz. “Vamos dar total apoio a ele. Ele vai ter liberdade dentro do partido e vai se candidatar para o que ele quiser”.
Gratz teve o mandato cassado em 2002. Entre os processos que responde, além do que é acusado de desviar R$ 27 milhões dos cofres do Legislativo, está o de ter supostamente mandado realizar obras de pavimentação em ruas do bairro Cobilândia, em Vila Velha, em troca de votos.
Várias pessoas acompanharam a solenidade, que também contou com a filiação do ex-deputado Jardel dos Idosos, cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral por infidelidade partidária