Prefeitura de Fundão divulga nota em que prefeito se diz surpreso pela ação do Ministério Público e nega irregularidades
Após o Ministério Público Estadual (MPES) ter pedido à Justiça afastamento imediato do prefeito de Fundão, Marcos Fernandes Moraes (PDT), e do vice-prefeito, Ademir de Almeida (PSC), por improbidade administrativa, a prefeitura do município divulgou nota neste sábado (28) em que o prefeito nega irregularidades e se diz surpreso com a prisão de autoridades municipais.
A Operação Tsunami, deflagrada em Fundão nesta sexta-feira (27), levou para prisão doze pessoas, entre secretários municipais, vereadores da base aliada do prefeito, funcionários públicos e empresários. Marcos Moraes deve se posicionar publicamente sobre a ação na terça-feira, quando a prefeitura será oficialmente comunicada da ação pelo MPES.
O grupo é suspeito de desviar dos cofres públicos parte da verba mensal que a prefeitura recebe em royalties. Prefeito e vice-prefeito estariam envolvidos em esquema de fraudes de licitações públicas descobertas na Operação Tsunami, de acordo com o Ministério Público. O promotor de Ibiraçu, Fábio Ribeiro, responsável pelas investigações e coordenador da operação, ainda apura a quantia desviada nos últimos dois anos e meio.
O documento enviado pela Prefeitura diz que o prefeito vai manter a transparência na gestão e está disposto a cooperar para que as investigações do Ministério Público sigam até a elucidação. Ele informa que, na segunda-feira (30), o secretário de Finanças Jorge Oliveira vai apresentar detalhes das aplicações dos royalties pela administração municipal.
Na tarde desta sexta, o promotor de Ibiraçu afirmou que em Fundão existe uma verdadeira 'organização criminosa voltada para o desvio de dinheiro público, com intuito de beneficiar interesses particulares'. Uma das principais irregulariadades, segundo ele, acontecia no setor de limpeza pública. Uma única empresa era responsável pela coleta de lixo em toda a cidade, desde o início da atual gestão, sem ter passado por processo licitatório. Ela foi contratada de forma emergencial por tempo indeterminado.
A respeito desta acusação, o prefeito informou que não conhecia os representantes da empresa até o início da prestação de serviços no município e disse desconhecer qualquer doação. "Sobre a contratação emergencial, o prefeito afirma que ela é embasada em pareceres da Procuradoria Municipal. A prefeitura abriu processo licitatório, que sofreu atrasos por conta de recursos e embargos da Justiça, o que é previsto na legislação", diz a nota.
Em uma gravação telefônica interceptadas com autorização da Justiça a controladora Maria Aparecida Carreta conta para uma pessoa como orientou o Secretário de Obras, Carlos Emígio, a sumir com o processo de licitação do lixo pois, até fazer outro, o mandato do prefeito já teria terminado. Os dois estão entre os presos na operação.
A prefeitura informa que o trabalho nas repartições municipais será retomado normalmente na segunda-feira.
Fonte: Gazeta Online
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