sexta-feira, 22 de abril de 2011

Justiça de Santa Leopoldina começa a julgar envolvidos na ‘Operação Moeda de Troca’


Na próxima segunda-feira (25), a Justiça de Santa Leopoldina inicia o julgamento das ações penais relacionadas à “Operação Moeda de Troca”, que flagrou um esquema de fraudes em licitações dentro de prefeituras capixabas. Após dois adiamentos em virtude de ações protelatórias da defesa, a expectativa é de que o julgamento transcorra desta vez sem interrupções. A previsão é de que as audiências durem toda a semana. Ao todo, serão ouvidas 31 testemunhas arroladas pela defesa dos acusados e pelo promotor de Justiça, Jefferson Valente Muniz, responsável pela denúncia.

O juiz do caso será o titular da comarca, Carlos Ernesto Campostrini Machado. Tanto o magistrado quanto o promotor foram alvos de uma enxurrada de ações de suspeição lançadas pela defesa dos acusados de corrupção. Entretanto, o Tribunal de Justiça do Estado (TJES) negou os pedidos e determinou que a dupla se mantivesse à frente do caso. Apesar da possibilidade de uma nova manobra dos envolvidos, a atual data de julgamento deve ser mantida.

Na raiz dos dois pedidos, a defesa dos acusados denunciava uma suposta perseguição do juiz e do promotor contra o prefeito afastado do município, Ronaldo Martins Prudêncio (PDT) – denunciado também pelo procurador-geral de Justiça, Fernando Zardini, ao TJES por participação nas fraudes. Fato que foi rejeitado, sem nenhum voto contra, em julgamento no colegiado de 2ª instância do tribunal.

Entre as supostas provas dessa conduta estaria a gravação de uma conversa no gabinete do promotor. Entretanto, a versão foi rejeitada pelo próprio araponga (o presidente da Câmara, Darley Jansen Espíndula, do PP), que alegou “estresse” ao negar suas próprias acusações em depoimento à Justiça. As primeiras audiências do caso haviam sido marcadas para a primeira quinzena de dezembro e depois para o final de janeiro deste ano.

Sem o risco de manobras, as onze pessoas relacionadas à quadrilha que possui ramificações em outras quatro prefeituras (Serra, Presidente Kennedy, Viana e Cachoeiro de Itapemirim) devem sentar no banco dos réus. Na denúncia do Ministério Público Estadual (MPES), foram relacionados empresários, laranjas e servidores da prefeitura de Santa Leopoldina. As ações penais tramitam sob os números 043.10.000497-7 e 043.10.000524-8.

Aparecem nas ações: os empresários Aldo Martins Prudêncio (dono da Impacto Máquinas e acusado de ser o cabeça do bando), Dennys Dazzi Gualandi, Paulo César Santana Andrade e Robson de Souza Colombo (Robson Rodeios), além dos laranjas Adailton Pereira dos Santos e Antônio Carlos Sena Filho, Patrícia Pereira Ornelas Andrade e Rozélia Barbosa Oliveira, e os servidores Izidoro Storch, Paulo Calot e Ramilson Coutinho Ramos (que atuavam na comissão de licitação do município).

De acordo com o cronograma das audiências, publicado em despacho do juiz Carlos Ernesto Campostrini Machado, o julgamento será dividido nos depoimentos das testemunhas de defesa e da acusação. Em seguida, será realizado o interrogatório dos acusados e, por fim, a prolatação da sentença do caso. A previsão é de sejam ouvidas, ao todo, 31 testemunhas, sendo que a promotoria deverá levar sete policiais federais que atuaram nas investigações.

Durante a operação policial realizada por equipes da Polícia Federal e do Ministério Público, no último dia 16 de setembro, foram cumpridos 11 mandados de prisão nos municípios de Vitória, Vila Velha e Santa Leopoldina, além de 15 mandados de busca e apreensão nas casas dos envolvidos e também no setor de licitações da prefeitura de Santa Leopoldina. As investigações apontaram que o bando criminoso aparece relacionado a onze contratos sob suspeita, firmados entre os anos de 2009 e 2010, no total de R$ 28 milhões.



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