segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Hoje o PR tem uma pré-candidatura lançada

O deputado estadual Glauber Coelho (PR) reafirmou sua disposição de concorrer à prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, o mais importante colégio eleitoral do sul do Estado, com mais de 130 mil votos. Ele diz que as condições políticas lhe são favoráveis, contou que tem conversado com seus eventuais adversários na disputa e destacou que entende ser possível uma aliança sua com o também pré-candidato a prefeito e deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM).

Ele não poupou de críticas a gestão atual do prefeito Carlos Casteglione, qualificando-a de excessivamente burocrática e lenta, e assinalou que somente Deus o faria desistir de sua pré-candidatura.

Eis abaixo sua entrevista .

Século Diário - O senhor havia declarado por diversas vezes que, caso o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) viesse a ser candidato a prefeito de Cachoeiro, o senhor não se lançaria na disputa, apoiando-o. Isso por sua ligação política, pelo grau de amizade entre os senhores. O que o levou a entrar na disputa?

Glauber Coelho – Na verdade, sempre disse publicamente do carinho, do respeito e da admiração que tenho pelo Theodorico, até porque foi ele quem me iniciou na vida pública. E eu sou muito grato ao Ferraço pelas oportunidades que ele me deu. Da mesma forma ao Valadão (ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB). Sou muito grato a ele. Dei minha parcela de contribuição, claro que dei. Mas foram muito grandes as oportunidades que eles me deram. Eu sou um profissional da vida publica, tanto que o PR na última eleição ajudou a eleger o Casteglione (prefeito Carlos Casteglione (PT). Na minha visão, na minha ótica, a nossa cidade, a “capital secreta”, tem que estar acima de credo religioso, de disputa partidária, time de futebol etc. Abaixo de Deus, mas acima desse tipo de discussão. Aquilo que falei lá atrás a respeito do carinho, respeito e admiração, isso está mantido. Agora, uma decisão de pré-candidatura não depende só de mim, Tem um conjunto de fatores aí. Claro que uma posição minha é fundamental, já que se eu disser não vou, não vou. Mas eu nunca fui eleito sozinho ou porque eu quis. Eu tenho uma igreja que exerce uma influência muito grande sobre uma decisão minha, tenho um grupo de assessores e tenho um partido político em que não posso tomar uma decisão sem ouvi-lo. Essa é uma decisão pessoal, política e partidária. Meu partido resolveu lançar minha pré-candidatura e eu não sou infiel ao meu partido, tanto é que nas últimas eleições meu coração tinha um caminho, mas a razão nos fez a opção pela eleição do Casteglione. E eu segui a razão.

- Quanto a sua religião, qual a ala evangélica que mais influência tem sobre o senhor. A tradicional?

- Isso é relativo, porque a minha capilaridade de atuação e de votos está tanto nos conservadores quanto nos petencostais, quanto nos chamados neopetencostais e ainda quanto aos católicos. Eu tenho entrada, abertura dentro de todas as igrejas. E isso se deve ao trabalho que fiz como vereador e secretário municipal. Nunca coloquei religião na minha frente, sou profissional, tenho procurado me preparar e capacitar como gestor público, por isso tenho facilidade de entrar em todos os segmentos sociais.

- O senhor está aberto ao dialogo, à conversação, à negociação? É possível uma composição do senhor tanto do lado do Ferraço quanto do Casteglione?
- Claro que sim, sem sombra de dúvida, e eu nunca neguei isso para ninguém. Porém, hoje o PR tem uma pré-candidatura lançada. De hoje até a data das convenções eu vou trabalhar para pavimentar esse caminho, porque uma decisão de candidatura acontece em dois tempos, podemos dizer. O primeiro tempo foi tomado, que é a pré-candidatura, o segundo tempo tem uma série de fatores que são a condição financeira, condição partidária – tenho que ter um grupo de partidos para que eu tenha um bom tempo de televisão. Isso não quer dizer que é condição sine-qua-non, não tem volta, tá ratificada uma candidatura minha, ela está posta, está colocada. Mas eu particularmente tenho aberto conversações com os dois lados, principalmente com o Theodorico Ferraço.

– O senhor estaria admitindo que seria possível uma composição com o Ferraço?


- Claro que sim. Eu não neguei isso, nem da vez passada e também não vou negar agora. Como existe possibilidade de negociação com o Casteglione também, Por que não? Se vai se concretizar, aí são outros quinhentos. Hoje o sentimento popular, pelo que tenho escutado nas ruas, circulando, me reunido, isso me dá combustível para seguir adiante. Diria hoje que só Deus retira uma candidatura nossa. Só não sou candidato a prefeito de Cachoeiro se não for pela vontade de Deus. Isso não quer dizer que eu não tenha dialogo, conversação com os outros lados. Claro que tenho e vou continuar tendo.

- Há pouco mais de um ano o eleitorado votou no senhor para deputado estadual. No entanto, menos de um ano de mandato o senhor se lançou pré-candidato a prefeito. Não fica uma certa frustração no seu eleitorado?

- Vou responder invertendo a situação. Primeiro, vou fazer um crítica à nossa legislação. Na minha ótica, na minha visão, a legislação deveria ser toda ela igualitária, estabelecendo o mandato político de quatro em quatro anos ou de cinco em cinco anos, porque assim acabaria com isso. Sou a favor de eleição de quatro em quatro ou de cinco em cinco anos a fim de não dá margem a este tipo de comentário e de pensamento. Você tocou num ponto importante, determinante na minha eleição, já que isso vai ter um peso muito grande na minha candidatura ou não. É uma avaliação que estou fazendo.

- O senhor acha então que o eleitorado pode fazer um julgamento critico dessa sua pré-candidatura?
- Talvez sim, talvez não. É por isso que eu gosto de ouvir as pessoas antes de tomar uma decisão, e nesse período que tenho para pavimentar esse caminho é isso que estou fazendo. E o sentimento que tenho extraído é o de que alguns não abrem mão de minha candidatura, pois entendem que pela minha capacidade de agregar o mandato de prefeito poder ser muito útil para toda a região sul. Outros não abrem mão do mandato de deputado. Acham que eu posso colaborar, ajudar, alicerçar muito mais a região com mandato de deputado do que de prefeito. Então é uma decisão difícil de ser tomada. Mas estou ouvindo muito antes de tomar uma decisão.

- Antes de o senhor se lançar pré-candidato a prefeito seu nome era cogitado como uma virtual carta por parte de um grupo político para 2014, quando o senhor receberia apoio para uma disputa a deputado federal. O senhor abriria mão agora de uma candidatura a prefeito e teria o apoio desse grupo político em 2014. Uma vitória do senhor ou uma derrota nesse ano não poria fim a esse projeto?


- Naturalmente que não é prioridade para mim essa carta. Talvez seja prioridade para outros que queiram me dar essa carta, mas para mim não é prioridade. Não estou dizendo que esta carta para 2014 não seja importante, mas não é prioridade . Pode se tornar, mas até agora não.

- Se frustrar agora seu projeto de conquistar a prefeitura, uma candidatura sua em 2014 para deputado federal não vai esbarrar em alguma dificuldade?


- Sim, isso vai. A minha prioridade é o mandato de deputado estadual, é a reeleição e não o mandato de federal agora. Isso porque estou me identificando com aquilo que estou fazendo. Acho que posso ter outras oportunidades aqui no Estado antes de priorizar Brasília. Hoje, as pesquisas mostram e demonstram que tenho uma condição muito favorável, ou seja que uma candidatura nossa não é barco afundando.

- No seu projeto político o senhor pretende aglutinar em torno de seu nome quais forças políticas?

– Todas as forças políticas que querem o bem para Cachoeiro de Itapemirim. Se a resposta for: todas querem, então existe dialogo com todas.

- O ex-prefeito Roberto Valadão que lidera o PMDB de Cachoeiro já colocou como possível uma aliança com o pré-candidato Theodorico Ferraço. O senhor esperaria, por exemplo, do PDT, PSB, PSDB e outras siglas uma aproximação em sua direção?

- Não só com eles, mas também com o PMDB e o Democrata de Ferraço, porque ele não disse até agora, publicamente, eu sou candidato a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. Se ele não falou que é candidato fica um ponto de interrogação. Vamos trabalhar por hipótese. E se ele não for? A diferença é que tenho um bom relacionamento com todos. Passei o ano de 2011 todo focado no meu mandato de deputado estadual, mas esse ano, após o carnaval, vai ser diferente.

– O seu partido que ajudou a eleger o prefeito Casteglione recebeu ordem de se retirar da base de apoio, inclusive entregando os cargos que tinha na administração. Isso praticamente soou como um rompimento político. Como fica essa situação?
- Eu não tenho autoridade nem autonomia para responder no lugar do senador (Magno Magno, presidente regional da legenda), até porque, de cima para baixo, o PR historicamente é parceiro do PT. O Magno é colega da Dilma (a presidente da República, Dilma Roussef). Sabe-se lá o que eles conversam lá em cima. Eu não sei. Agora na vida publica tudo é possível. Voltando lá atrás, colocando na balança Ferraço e Casteglione, qual seria minha prioridade. Disse que não tenho dificuldade com nenhum dos dois, mas tenho uma caída pelo Ferraço.

- Isso não dificultaria o senhor ir para embate eleitoral com o Theodorico Ferraço?

- Não, porque tenho um pensamento diferente. Eu não vou para embate político com ele, nem com o Casteglione, nem com qualquer outro candidato. Vou para um processo eleitoral para manifestar as minhas opiniões.

- Seu perfil político está mais próximo do Ferraço do que do Casteglione?


- Meu perfil político tem uma semelhança muito grande com o do Ferraço. Exemplo: o que o Ferraço tem que eu admiro? Sua coragem, ousadia, destemor, aguerrido, realizador, e isso aprendi com ele e tenho isso também. Tenho também muita coisa do Valadão. Peguei de ambos muita coisa que eles têm de bom.

- O senhor, na condição de deputado, como avalia a gestão do Casteglione?

- Não vou fazer uma avaliação dele, mas daquilo que tenho ouvido da voz rouca das ruas. Como dizia o Ulisses Guimarães: o município precisa avançar, precisa avançar muito, precisa progredir. Eu destaco que a secretaria da Cultura avançou. Eu aplaudo a secretária que está fazendo um bom trabalho .

- A gestão como um todo?


- A gestão como um todo precisa avançar muito. O grande problema que ele tem, que eles enfrentam, é letargia, lentidão, morosidade, burocracia em excesso. Isso é um câncer em qualquer administração pública. Quem vai notar é a população de Cachoeiro, e não vou fazer isso. Baseado nas pesquisas, a avaliação é de que a administração não está bem.

- O senador Magno Malta, presidente do PR, sempre manteve uma relação política estreita com o Theodorico Ferraço. Entretanto, na última entrevista que concedeu, o Ferraço disse que não mais procuraria o Magno para tentar uma conversa sobre Cachoeiro, já que fora atendido por ele, em Brasilia, quando o procurou nesse sentido. O que houve entre os dois?

- Eu acho que não houve nada. Acho que da mesma forma que o marido se desentende com a mulher dentro de casa, depois passa um ou dois dias e volta a ficar tudo bem, eu acho que é o caso deles. Acho, não estou afirmando. O Magno começou sua vida política com o Ferraço também. Não vejo motivação para briga.  

Via: Seculo Diário 

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