SECULO DIÁRIO.
Papo de Repórter analisa a disputa de espaço político entre as maiores lideranças do Estado. Com Paulo Hartung (PMDB) dominando tudo, mas dependendo do comportamento de Renato Casagrande (PSB) e temendo um enfrentamento com Magno Malta (PR).
Rogério: – A gente vive em um estado bastante interessante. Temos um ex-governador que ocupa um espaço político bem amplo, bem espaçoso, que tem o controle da mídia corporativa, dos recursos disponíveis, que entregou a economia desse Estado às transnacionais, entre outras coisas. E temos o governador Renato Casagrande em um outro plano, como quem está acuado pelo Paulo, até porque as circunstâncias de sua eleição foram especialíssimas. E você ainda tem uma figura contrária a Paulo Hartung, não dito de oposição, mas no sentido da disputa política, o senador Magno Malta. E o resto vive à margem dessa situação.
Renata: – Ou seja, nós temos três forças políticas que disputam espaço, cada uma com seu perfil, e dominam a política capixaba. O Hartung tem aquele estilo dele, que eu chamaria de rolo compressor, juntando um seleto grupo de aliados e passando literalmente por cima de quem está contra ele. Renato Casagrande é um homem que vem do Parlamento, gosta da mídia e já mostrou não saber lidar com agendas negativas. Sem um instrumento de luta forte, como os que Hartung tem, não consegue agregar a classe política em torno de seu projeto, mesmo estando à frente do cargo mais importante do Estado. Já o destoante senador Magno Malta (PR) tem um perfil bem difícil de se entender.
Rogério: – Atropelando você, porque não precisamos concordar, mas temos que debater de que lado ele acha que está mais correto, ao falarmos sobre quem manda. O Paulo ficou muito poderoso, soube mexer com todos os instrumentos e hoje está em uma área de risco, porque tem outra pessoa no governo, que não é da corrente dele, que é o Renato Casagrande, e ele vai depender do Renato Casagrande, porque se o governador colocar para fora as corrupções que aconteceram no governo anterior, ele destrói o Paulo. Hartung seria destruído se o Renato quisesse, porque o Renato é um político feito na esperteza. Ele nunca esteve preparado para choque, nunca se chocou contra ninguém, construiu uma carreira em cima disso, do diálogo. Então está vendo o Paulo não perder o poder, e aí ele tira férias propositais, para dar um tempo ou, então, que conheça um erveiro que conheça uma boa erva que dê coragem para ele enfrentar esses entreveros. Espera-se que ele encontre essa força, senão será engolido literalmente pelo Paulo.
Renata: – Você me interrompeu, então agora eu vou interromper você. Quero continuar a falar do Magno e seu perfil que muitas vezes não é compreendido pela classe política. Magno tem um temperamento forte. Tanto que foi o único nesses oito anos a não se submeter ao sistema de Hartung e em alguns momentos foi para o choque, em outros foi punido por isso, sobretudo pela mídia corporativa. Não entenda isso como uma defesa do senador sob qualquer ponto de vista, mas Magno é uma força política hoje muito importante no Estado, sobretudo com a aproximação das eleições do próximo ano. Ele chega, não conversa muito, e dá o direcionamento não só para o PR, como também para outros partidos aliados, como o PSC e o PRP.
Rogério: – Magno é um político de força da natureza, surgiu em Cachoeiro de Itapemirim como vereador, começou por aí, surpreendeu com o dom da oratória, orador de massa, que poderia ser o sucessor do antigo prefeito de Vitória Solon Borges. A diferença é que Solon Borges mexia com os católicos, Malta ganha com evangélicos e com a baixa renda. Então, ele se transformou em um perigo político. Agora discutir a formação política do Magno, vamos discordar eternamente. Magno é extremamente conservador. Ele é tudo o que eu não penso, mas reconheço, que neste momento em que esse Estado, incluindo o governador, está de joelhos para Paulo Hartung, tem que louvar a coragem de Malta de desalinhar dessa realidade.
Renata: – Não, eu concordo com você. Eu também vejo um político com um perfil ideológico que eu também não concordo, mas é justamente disso que eu estou falando, da existência dessa força política, que não consegue ser alcançada pelo Hartung. Apesar de todo o desgaste que ele sofre com o posicionamento da mídia corporativa, hoje Magno é importante não só pela sua forma de fazer política dentro do Estado, mas pelo trânsito em Brasília, sobretudo com a presidente Dilma. Mesmo com o escândalo do Ministério dos Transportes, ele continua ligado a ela, por mais que aqui tenha se forçado a barra para que isso respingasse nele. Magno continua forte em Brasília, e isso é inegável. Coisa qu,e aliás, nem Casagrande e nem Hartung têm.
Rogério: – Só tem ele que se contrapõe a Paulo Hartung. Agora, a forma de ele se contrapor está dentro do perfil dele. Ele não é um homem de oposição. Pega teses, como pedofilia, narcotráfico, maioridade penal. Com o Paulo Hartung ele tem uma postura contrária, se ele exercesse esse papel de oposição, a imagem do Paulo seria outra. Ele dá só cotovelada. Ele nunca partiu para analisar o governo do Paulo ou criticar o governo do Paulo. Para assumir o vácuo da oposição no Estado, ele não assumiu. Ele só não vai na missa do Paulo. Ele não é um oposicionista, como é o caso dos Mauro, mas os Mauro hoje não têm mandato, e Magno tem. Quem dera que os Mauro tivessem um palanque, Paulo ia tremer e esse Espírito Santo seria outro.
Renata: – Essa questão da falta de oposição no Estado é uma questão que vem sendo discutida em vários setores sociais, desde o início do primeiro mandato do Paulo Hartung e que persiste hoje no governo Casagrande. A gente sabe, e vem falando, do grau altíssimo de insatisfação dos partidos e dos mandatários com o governador e com seus aliados, mas ninguém assume isso. O Theodorico Ferraço (DEM) dia desses veio a público para expor essa rusga, mas depois mergulhou.
Rogério: – Ferraço... Eu tenho pós-graduação em Theodorico Ferraço. Ele é assim mesmo. Ele se norteia pelos interesses dele. Quando ele salvou Paulo Hartung, na convenção do PSDB, contra José Ignácio, dando a ele a condição de disputar o Senado, ele pensou que estava conquistando um aliado. Quando Paulo dá uma ferrada nele, não atendia nem suas ligações, quando era prefeito. Foi lá em Cachoeiro e derrotou ele com Casteglione (PT), aí ele virou bicho, contra o Paulo. Eu, que conheço o grau de forocidade dele, eu temia que ele desse uma surra no Paulo. Depois que o Paulo transformou o filho dele em candidato a governador, ele voltou às boas com o Paulo, apesar de viver desconfiado sobre uma possível rasteira no Ricardo. Agora ele está jogando coladinho com o Paulo, porque ele está na expectativa de que o Paulo possa fazer o filho dele candidato a governador pelo PMDB em 2014. Esse é o histórico de uma velha raposa política que se mantém viva.
Renata: – Então, tirando o Ferração, que rebola...
Rogério: – Rebola, não, cara, porque ele é machão, não vai entender bem esse rebolado que você colocou nele.
Renata: – Tá bom, que dribla esse sistema em seu favor, o resto da classe política está à mercê dessas três forças.
Rogério: – O destino do Paulo está na mão de Casagrande. Esteve nas mãos de outros e ele conseguiu livrar-se. Esteve nas mãos do ex-governador Albuino Azeredo, que não executou. Esteve nas mãos do ex-prefeito de Vitória Vítor Buaiz, que deu lugar para ele, não executou para ele. Levou Teteco pai, dizendo que iria governar com ele e não compartilhou a administração. Os Max, que sempre deram força a ele, vivem um momento político difícil. Se você juntar com o caso do Ferraço, você vê quantas pessoas Paulo Hartung traiu. Armou ciladas para todos. E vai fazer o mesmo com Renato Casagrande.
Papo de Repórter analisa a disputa de espaço político entre as maiores lideranças do Estado. Com Paulo Hartung (PMDB) dominando tudo, mas dependendo do comportamento de Renato Casagrande (PSB) e temendo um enfrentamento com Magno Malta (PR).
Rogério: – A gente vive em um estado bastante interessante. Temos um ex-governador que ocupa um espaço político bem amplo, bem espaçoso, que tem o controle da mídia corporativa, dos recursos disponíveis, que entregou a economia desse Estado às transnacionais, entre outras coisas. E temos o governador Renato Casagrande em um outro plano, como quem está acuado pelo Paulo, até porque as circunstâncias de sua eleição foram especialíssimas. E você ainda tem uma figura contrária a Paulo Hartung, não dito de oposição, mas no sentido da disputa política, o senador Magno Malta. E o resto vive à margem dessa situação.
Renata: – Ou seja, nós temos três forças políticas que disputam espaço, cada uma com seu perfil, e dominam a política capixaba. O Hartung tem aquele estilo dele, que eu chamaria de rolo compressor, juntando um seleto grupo de aliados e passando literalmente por cima de quem está contra ele. Renato Casagrande é um homem que vem do Parlamento, gosta da mídia e já mostrou não saber lidar com agendas negativas. Sem um instrumento de luta forte, como os que Hartung tem, não consegue agregar a classe política em torno de seu projeto, mesmo estando à frente do cargo mais importante do Estado. Já o destoante senador Magno Malta (PR) tem um perfil bem difícil de se entender.
Rogério: – Atropelando você, porque não precisamos concordar, mas temos que debater de que lado ele acha que está mais correto, ao falarmos sobre quem manda. O Paulo ficou muito poderoso, soube mexer com todos os instrumentos e hoje está em uma área de risco, porque tem outra pessoa no governo, que não é da corrente dele, que é o Renato Casagrande, e ele vai depender do Renato Casagrande, porque se o governador colocar para fora as corrupções que aconteceram no governo anterior, ele destrói o Paulo. Hartung seria destruído se o Renato quisesse, porque o Renato é um político feito na esperteza. Ele nunca esteve preparado para choque, nunca se chocou contra ninguém, construiu uma carreira em cima disso, do diálogo. Então está vendo o Paulo não perder o poder, e aí ele tira férias propositais, para dar um tempo ou, então, que conheça um erveiro que conheça uma boa erva que dê coragem para ele enfrentar esses entreveros. Espera-se que ele encontre essa força, senão será engolido literalmente pelo Paulo.
Renata: – Você me interrompeu, então agora eu vou interromper você. Quero continuar a falar do Magno e seu perfil que muitas vezes não é compreendido pela classe política. Magno tem um temperamento forte. Tanto que foi o único nesses oito anos a não se submeter ao sistema de Hartung e em alguns momentos foi para o choque, em outros foi punido por isso, sobretudo pela mídia corporativa. Não entenda isso como uma defesa do senador sob qualquer ponto de vista, mas Magno é uma força política hoje muito importante no Estado, sobretudo com a aproximação das eleições do próximo ano. Ele chega, não conversa muito, e dá o direcionamento não só para o PR, como também para outros partidos aliados, como o PSC e o PRP.
Rogério: – Magno é um político de força da natureza, surgiu em Cachoeiro de Itapemirim como vereador, começou por aí, surpreendeu com o dom da oratória, orador de massa, que poderia ser o sucessor do antigo prefeito de Vitória Solon Borges. A diferença é que Solon Borges mexia com os católicos, Malta ganha com evangélicos e com a baixa renda. Então, ele se transformou em um perigo político. Agora discutir a formação política do Magno, vamos discordar eternamente. Magno é extremamente conservador. Ele é tudo o que eu não penso, mas reconheço, que neste momento em que esse Estado, incluindo o governador, está de joelhos para Paulo Hartung, tem que louvar a coragem de Malta de desalinhar dessa realidade.
Renata: – Não, eu concordo com você. Eu também vejo um político com um perfil ideológico que eu também não concordo, mas é justamente disso que eu estou falando, da existência dessa força política, que não consegue ser alcançada pelo Hartung. Apesar de todo o desgaste que ele sofre com o posicionamento da mídia corporativa, hoje Magno é importante não só pela sua forma de fazer política dentro do Estado, mas pelo trânsito em Brasília, sobretudo com a presidente Dilma. Mesmo com o escândalo do Ministério dos Transportes, ele continua ligado a ela, por mais que aqui tenha se forçado a barra para que isso respingasse nele. Magno continua forte em Brasília, e isso é inegável. Coisa qu,e aliás, nem Casagrande e nem Hartung têm.
Rogério: – Só tem ele que se contrapõe a Paulo Hartung. Agora, a forma de ele se contrapor está dentro do perfil dele. Ele não é um homem de oposição. Pega teses, como pedofilia, narcotráfico, maioridade penal. Com o Paulo Hartung ele tem uma postura contrária, se ele exercesse esse papel de oposição, a imagem do Paulo seria outra. Ele dá só cotovelada. Ele nunca partiu para analisar o governo do Paulo ou criticar o governo do Paulo. Para assumir o vácuo da oposição no Estado, ele não assumiu. Ele só não vai na missa do Paulo. Ele não é um oposicionista, como é o caso dos Mauro, mas os Mauro hoje não têm mandato, e Magno tem. Quem dera que os Mauro tivessem um palanque, Paulo ia tremer e esse Espírito Santo seria outro.
Renata: – Essa questão da falta de oposição no Estado é uma questão que vem sendo discutida em vários setores sociais, desde o início do primeiro mandato do Paulo Hartung e que persiste hoje no governo Casagrande. A gente sabe, e vem falando, do grau altíssimo de insatisfação dos partidos e dos mandatários com o governador e com seus aliados, mas ninguém assume isso. O Theodorico Ferraço (DEM) dia desses veio a público para expor essa rusga, mas depois mergulhou.
Rogério: – Ferraço... Eu tenho pós-graduação em Theodorico Ferraço. Ele é assim mesmo. Ele se norteia pelos interesses dele. Quando ele salvou Paulo Hartung, na convenção do PSDB, contra José Ignácio, dando a ele a condição de disputar o Senado, ele pensou que estava conquistando um aliado. Quando Paulo dá uma ferrada nele, não atendia nem suas ligações, quando era prefeito. Foi lá em Cachoeiro e derrotou ele com Casteglione (PT), aí ele virou bicho, contra o Paulo. Eu, que conheço o grau de forocidade dele, eu temia que ele desse uma surra no Paulo. Depois que o Paulo transformou o filho dele em candidato a governador, ele voltou às boas com o Paulo, apesar de viver desconfiado sobre uma possível rasteira no Ricardo. Agora ele está jogando coladinho com o Paulo, porque ele está na expectativa de que o Paulo possa fazer o filho dele candidato a governador pelo PMDB em 2014. Esse é o histórico de uma velha raposa política que se mantém viva.
Renata: – Então, tirando o Ferração, que rebola...
Rogério: – Rebola, não, cara, porque ele é machão, não vai entender bem esse rebolado que você colocou nele.
Renata: – Tá bom, que dribla esse sistema em seu favor, o resto da classe política está à mercê dessas três forças.
Rogério: – O destino do Paulo está na mão de Casagrande. Esteve nas mãos de outros e ele conseguiu livrar-se. Esteve nas mãos do ex-governador Albuino Azeredo, que não executou. Esteve nas mãos do ex-prefeito de Vitória Vítor Buaiz, que deu lugar para ele, não executou para ele. Levou Teteco pai, dizendo que iria governar com ele e não compartilhou a administração. Os Max, que sempre deram força a ele, vivem um momento político difícil. Se você juntar com o caso do Ferraço, você vê quantas pessoas Paulo Hartung traiu. Armou ciladas para todos. E vai fazer o mesmo com Renato Casagrande.
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