terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Delegada de Jardim América e três policiais civis investigados por abuso de autoridade


Uma denúncia de crime contra a administração pública, abuso de autoridade e extorsão que seriam cometidos por quem deveria proteger a população. Segundo o Ministério Público, uma delegada, três policiais civis e um advogado, além de um homem que se passava por policial, estão sendo investigados e o caso já está nas mãos da Justiça.

No alvo das investigações estão possíveis irregularidades praticadas na delegacia de Jardim América, em Cariacica, após denúncias que chegaram até a corregedoria da Polícia Civil contra crimes praticados por um grupo de policiais. Um inquérito foi aberto para investigar os fatos.

Entre os investigados está a delegada Margareth Nogueira, que responde pela delegacia de Jardim América. Na lista ainda estão os nomes de três policiais civis, um advogado e um homem que se passava por policial. Todos eles foram denunciados pelo Ministério Público por crimes contra a administração pública e abuso de autoridade.

Um dos suspeitos é Marcelo Alexandre, que não pertence à coorporação, mas é conhecido da polícia. Ele também é suspeito de participar de uma quadrilha liderada por uma investigadora da Polícia Civil, que aplicava golpes em comerciantes da Grande Vitória. De acordo com as investigações, eles criavam flagrantes de irregularidades para extorquir as vítimas em Vila Velha e Cariacica.

Uma vítima que foi extorquida pelos acusados em junho deste ano conta que foi subornado. "Eles chegaram aqui alegando que tinha uma denúncia de venda de medicamentos e outras coisas. Só que eles não apresentaram distintivo, não deixaram a gente verificar o papel que, segundo eles, era um mandado. Não deixaram a gente ler, a mulher foi e me pediu R$ 100 mil aí falei com ela que se eu tivesse R$ 100 mil eu não estava trabalhando em casa de ração. Aí ela começou a negociar e nisso apareceu droga, coisa que aqui não tem, munição, um monte de remédio, apareceu um monte de coisa e eu falei: 'de onde é que isso apareceu?'".

No mesmo processo ainda aparece o nome do policial civil Gilson Rodrigues Barcelos, que em 2008 chegou a disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Cariacica pelo Partido Progressista. Com base nas acusações, o Ministério Público pediu afastamento imediato dos policiais das funções. Em um dos casos, o grupo teria pedido R$ 10 mil a um preso em troca de liberdade. O processo corre na 1ª Vara Criminal de Cariacica e, no dia 25 de novembro, a denúncia foi para as mãos da juíza reponsável pelo caso, mas ainda aguarda decisão.

Na última semana denúncias de irregularidades na delegacia de Afonso Cláudio levaram para cadeia o delegado do município, Eduardo Motta, o vereador Romildo Camporês, e o filho dele, Rodrigo Camporez, que também é policial civil.

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Cariacica, informa que a Corregedoria da Polícia Civil encaminhou um inquérito já concluso à promotoria de Justiça. O MPES, a partir da análise do inquérito, produziu denúncia contra os acusados em artigos capitulados no Código Penal como crimes contra a administração pública e na lei de abuso de autoridade. A denúncia está tramitando no judiciário.


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